Eddie – Mascote

– História do mascote mais sinistro do Brasil –

O mascote da torcida Força Jovem do Vasco, o Eddie, nasceu no final dos anos 70, na Inglaterra. Dave Lights (que trabalhava como técnico de iluminação dos shows de uma iniciante e promissora banda de heavy-metal, o Iron Maiden) bolou uma imagem de uma caveira que ficava em um painel junto ao logo da banda, alguns shows se passaram e a imagem ia ganhando efeitos como fumaça que saia da boca e das narinas, além de luzes nos olhos, diga-se de passagem, tudo muito primário em relação as inovações que anos mais tarde apareceriam. Ainda nessa época, Dave resolve que o Eddie deveria também aparecer de “carne e osso” e em um show, ele aparece no palco usando uma máscara semelhante a do painel, com uma faca na mão simulando atacar os integrantes da banda e alguns fãs.


Capa do 1º LP do Iron: a primeira
encarnação do Eddie.

O Iron grava seu primeiro LP, e coube ao artista plástico Derik Riggs fazer a capa deste e dos futuros discos, e em cada álbum lançado o trabalho de Riggs era apreciado tanto quanto, ou até mais, do que a banda. Eddie ficou imortalizado nas suas várias encarnações: um assassino, samurai, um louco no manicômio, uma múmia, um cyber-assassino e muitas outras, sempre caracterizado em cada tema nas apresentações ao vivo do Iron: nos painéis e esculturas de fundo de palco e na versão “carne e osso” com mais de três metros de altura.

Eddie “Estréia” No Maraca

Com status de mega-banda, o Iron Maiden conquista milhares de fãs em todo o mundo, e no Brasil as coisas não poderiam ser diferentes…. as portas para o Iron se abriram graças a primeira edição do Rock In Rio, realizado em janeiro de 1985.

Seus discos começam a ser lançados aqui e coube a fãs da banda que eram de uma torcida organizada, a Força Jovem do Vasco, mais ou menos 2 anos mais tarde, em uma atitude de vanguarda (nenhuma torcida até então havia feito essa associação), estampar em uma de suas bandeiras a imagem no Eddie, que era capa do álbum The Number Of The Beast.

Obviamente que as traças da inveja e da incapacidade criativa de outras torcidas se
fizeram presente…. mas o primeiro passo foi
dado: a camisa da identificação da torcida e seus ideais caíram muito bem no Eddie.

Já mais para o final dos anos 80, uma segunda bandeira com o Eddie é confeccionada, desta
vez a imagem seria a mesma da capa do LP
Made In Japan,
onde o mascote satiriza um samurai, incrementando ainda mais a linha de frente das bandeiras da Força.

Eddie nos estádios: a 1ª bandeira foi a FJV que fez.

A 2ª bandeira apareceu no final dos anos 80.

A FJV Abraça de Vez Seu Mascote

Em 1989 Eddie cai de vez nas graças da torcida, se tornando seu mascote oficial. Um adesivo com sua imagem é criado, dando início aos inúmeros que viriam e elevariam o status dos adesivos da Força nos quesitos criatividade e beleza. Já no início dos anos 90, vários integrantes da Força, inspirados, começaram a pintar imagens do Eddie nas costas de suas camisas, logo abaixo do “Força Jovem”. Na mesma época a torcida adota de vez a identidade visual que conhecemos até hoje: seu logotipo passa a ser de características góticas, a cruz de malta é modificada (ganhando uma outra “cruz branca” no centro) e junto com a imagem do Eddie, se torna, sem sombra de dúvida, a identidade visual mais bonita de todas as torcidas organizadas do país. As salas da torcida em São Januário e no Maracanã receberam pinturas novas, destacando o mascote.

No Campeonato Carioca de 1992 a torcida apresenta seu primeiro bandeirão (o maior do país até então), e estampado nele, o Eddie do “The Number Of The Beast” está junto com uma caravela.


O projeto do 1º bandeirão…


… e ele pronto, dando show no Maraca.


Nem precisamos mencionar que nas torcidas adversárias houve inúmeros casos de deslocamentos de maxilares, decorridos dos queixos caídos… Mais tarde, a Força cria uma nova faixa usando a imagem do Eddie no canto. E como já havia tempo que a Força Jovem estava dividida em famílias (determinando as regiões do Rio de Janeiro), inúmeras bandeiras de famílias com Eddie começavam a aparecer nos jogos.

Em um concurso realizado para saber qual era o melhor mascote, o Eddie representou muito bem a Força, e ganhou disparado o concurso.


O Reconhecimento do Iron Maiden

Muito se especulou a respeito de um possível “processo” movido pelos representantes dos direitos da banda Iron Maiden no Brasil, afinal a Força Jovem estava usando a imagem do Eddie, que é uma marca do grupo. Mas como foi mencionado, tudo não passou de especulações e historinhas inventadas por invejosos… Ao contrário disso, os integrantes do grupo se sentiram honrados por verem a imagem de seu mascote associado a uma torcida de um time de futebol (a Força Jovem foi a primeira em todo mundo a fazer isso), já que eles eram fãs do esporte e admiradores incondicionais do futebol brasileiro. Como reconhecimento do carinho da torcida, em uma visita ao país para divulgação do disco The X-Factor, presenteiam a Força Jovem com um “troféu” com o Eddie em uma cadeira elétrica (era uma miniatura real do que estavam usando nos shows). O “presente” está exposto na sede.

O Garoto Propaganda da Torcida

Se antes a camisa da Força Jovem do Vasco era a camisa mais bonita de todas as torcidas organizadas do Brasil, o que representaria se oficialmente fosse colocada a imagem do Eddie? Mais uma vez a Força deu um passo à frente, no final de 1995, acrescentou nas costas da camisa (logo abaixo do “Força Jovem”) a imagem do Eddie bordada.
Na campanha do Campeonato Brasileiro de 1997, enquanto em São Januário, no Maracanã ou em qualquer outro estado os ecos de “ahhhh é Edmundo…” eram os mais ouvidos, o bandeirão da 27ª Família, do Espírito Santo, dava show, desta vez a imagem do Eddie era da capa do disco “Killers”. E para a decisão envolvendo Vasco e Palmeiras, a Força Jovem nos brindou com mais um exemplo de criatividade: um busto gigante do Eddie foi criado para incrementar ainda mais as arquibancadas, mas a polícia impediu que ele entrasse no Maracanã, alegando que poderia ter problemas de segurança… Uma pena, mas com o Vasco campeão, a festa de comemoração foi na quadra da escola de samba Unidos da Tijuca (que no ano seguinte homenagearia o Vasco pelo seu centenário)… e lá estava o Eddie ensaiando uns passos, provando mais uma vez que a mistura de samba, rock e alegria só a Força Jovem proporciona.


O bandeirão da 27ª Família.


O boneco do Eddie também comemorou o
Tri-Brasileiro de 97 na Unidos da Tijuca

Vascão Tetra Campeão Brasileiro… o Iron Maiden Viu

A decisão da Copa João Havelange de 2000 só foi realizada no início de 2001, na mesma época que a cidade receberia mais uma vez inúmeras bandas para a terceira edição do Rock In Rio, e entre estas bandas estaria o Iron Maiden.

Em 2001, no Rock in Rio, quando a banda chegou no Brasil, a FJV não poderia deixar de entrar em contato com o Maiden. Conseguimos no dia da entrevista coletiva da banda, que foi onde eles estavam hospedados, no Hotel Intercontinental, um encontro com os músicos para entregar todo o material da torcida ( boné, camisas, flâmulas,  fotos). Uma van com vários componentes, saiu da sede da FJV que ficava no Centro. Um dos integrantes da FJV, o jornalista Rodrigo (9ª Família), foi que conseguiu esse encontro. O pessoal roqueiro da Força compareceu em peso, Caveira, Iran, Cebola, Torpedo.. etc… Só que por motivo de segurança e do tumulto que estava o hotel, só poderiam entrar 2 pessoas. Rodrigo foi representando a assessoria de imprensa e Torpedo como representante da diretoria. Todos os integrantes da banda receberam um kit Força Jovem. Todos já conheciam a nossa torcida e ficaram surpresos e contentes com a organização e a maneira com que “tratávamos” o Eddie. Como não poderia de ser, o convite para assistir o jogo do nosso Vasco foi feito. Melhor impossível, pois se tratava da final do Campeonato Brasileiro no Maracanã. Era o Iron Maiden no Maraca assistindo ao Vascão Tetra campeão.

Fizemos um bom contato, porque o empresário da EMI aqui no Brasil nos ajudou em muitas coisas, inclusive com uma bandeira (Wickerman).

Um ano depois, no lançamento do CD do Rock in Rio, na Barra da Tijuca, no antigo Rock in Rio café, entramos em contato com a EMI e conseguimos 30 ingressos para a FJV. Fomos no evento e levamos algumas bandeiras.

No dia do jogo (final do brasileiro de 2000)  lá estavam Steve Harris (baixista e mentor da banda) e o guitarrista Janick Gers. A idéia inicial era levá-los para assistir o jogo no meio da torcida, mas como o tumulto seria grande, optou-se por uma rápida passagem, deixando os ingleses nas tribunas do estádio. Mesmo de lá eles não paravam de admirar a festa da Força Jovem, e a cada vez que o novo bandeirão subia ambos se olhavam e com certeza pensavam: “Depois dos discos e dos palcos do Iron Maiden, o melhor lugar para o Eddie seria mesmo estar nas bandeiras, camisas e no coração da Força Jovem do Vasco”!!! Clique no banner abaixo para entrar no site oficial do Iron Maiden e ver um vídeo da Força Jovem no jogo da final do Brasileiro de 2000.


Clique aqui para ver alguns desenhos de eddies

Fonte: Site Oficial FJV

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